POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
CÓLERA
De acordo com relatos bem antigos, a cólera estava presente desde os primeiros séculos da humanidade, causando diarreias agudas de aspecto semelhante à água de arroz, vômitos e, em casos mais acentuados, câimbras, perda de peso intensa e olhos turvos. Causada pela bactéria Vibrio cholerae, é uma doença com grande facilidade de dissipação.
O período de incubação é de aproximadamente cinco dias. Vencendo a acidez estomacal, multiplica-se no intestino delgado de forma bastante rápida e, em razão de seus sintomas, pode causar desidratação, perda de sais minerais e diminuição acentuada da pressão sanguínea em curto espaço de tempo, com possibilidades de causar a morte das pessoas afetadas.
É transmitida pela ingestão da água, alimentos, peixes, frutos do mar e animais de água doce contaminados por fezes ou vômito de indivíduo portador da doença, sem o devido tratamento. Mãos que tiveram contato com a bactéria ou mesmo moscas e baratas podem provocar a infecção por este patógeno. Esses últimos podem funcionar como vetores mecânicos, transportando o vibrião para a água e para os alimentos.
Na maioria dos casos, se manifesta de forma assintomática e este é um dos principais motivos que facilitam sua propagação, já que este portador é capaz de transmitir a doença sem ao menos ter conhecimento deste fato. Apenas 10% das pessoas afetadas desenvolvem o quadro sintomático. Os pacientes liberam os vibriões em suas fezes por cerca de vinte dias.
Essa doença ocasionou sete pandemias (epidemia simultânea em muitos países ou continentes), sendo dois de seus sorotipos, o V. cholerae O1 e o V. cholerae O139, os responsáveis. Estes são os únicos tipos desta bactéria que liberam toxinas: as enterotoxinas.
A cólera afeta, principalmente, locais onde o saneamento básico é precário. A bactéria sobrevive por até cinco dias em temperatura ambiente e é resistente ao congelamento. No ambiente marinho, vive bem em temperaturas entre 10 e 30°C. Entretanto, não resiste a temperaturas acima de 80°C e tampouco à exposição ao cloro.
Assim, a fervura ou cloração de água e alimentos antes de sua ingestão e evitar o uso de gelo em bebidas, salvo quando este tiver sido feito com água tratada, são algumas das principais medidas para impedir a manifestação da doença.
A Organização Mundial de Saúde recomenda a proporção de seis mL de cloro para cada litro de água, adicionado no mínimo meia hora antes da sua utilização como bebida ou para o preparo de alimentos. Recomenda ainda, para desinfecção de frutas e verduras, a imersão destas, por meia hora, em dois mL para cada litro de água, sendo depois lavadas com água tratada.
Vacinas possuem restrições de uso, sendo requeridas apenas como medida complementar, em casos de risco de infecção elevado, em pessoas cujas secreções ácidas estomacais são reduzidas.
Coleta de lixo rigorosa, a fim de evitar a proliferação de vetores; enterrar as fezes longe de fontes de água, quando não houver saneamento básico adequado na região; reaquecimento dos alimentos já cozidos; lavar as mãos constantemente; e evitar alimentos de ambiente aquático de região onde houve surto da cólera, são medidas necessárias.
O diagnóstico consiste no isolamento e identificação do vibrião nas fezes do paciente. Para tratamento, a reidratação é essencial e é, na maioria dos casos, o único método necessário. Entretanto, a visita ao médico é indispensável, já que só ele será capaz de analisar o caso e, caso seja necessário, prescrever antibióticos. Medicamentos antidiarreicos não são indicados, já que facilitam a multiplicação da bactéria por diminuírem o peristaltismo intestinal.
Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola
O que é leptospirose
A leptospirose é uma doença bacteriana, que afeta humanos e animais, causada pela bactéria do gênero Leptospira. Em humanos a leptospirose causa uma vasta gama de sintomas, sendo que algumas pessoas infectadas podem não ter sintoma algum. Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor de cabeça forte, calafrio, dor muscular e vômito. A doença também pode causar os seguintes sintomas: olhos e pele amarelada, olhos vermelhos, dor abdominal, diarréia e erupções na pele. Se a leptospirose não for tratada, o paciente pode sofrer danos nos rins, meningite (inflamação na membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins e problemas respiratórios. E raras ocasiões a leptospirose pode ser fatal. Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de modo que a leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de sangue ou urina.
Como as pessoas contraem leptospirose
Contaminação por leptospirose geralmente é causada pela exposição à água contaminada com urina de animais infectados. Muitos tipos diferentes de animais carregam a bactéria e podem algumas vezes não apresentar sintomas. A bactéria da leptospirose já foi encontrada em porcos, gado, cavalos, cães, roedores e animais selvagens. Os humanos são infectados através do contato com água, alimentos ou solo contendo urina de animais com leptospirose. Isso pode acontecer ao ingerir água ou comida infectada e através do contato da pele (especialmente nas superfícies mucosas com olhos e nariz, ou nas feridas). A leptospirose não é conhecida por se espalhar de pessoa para pessoa.
Quanto tempo demora depois a exposição à bactéria para que as pessoas fiquem doentes
O tempo desde a exposição à bactéria para que a pessoa fique doente é de 2 dias a 4 semanas. A leptospirose geralmente começa abruptamente com febre e outros sintomas. A doença pode ocorrer em duas fases; depois da primeira fase com febre, calafrio, dor muscular, vômito ou diarréia, o paciente pode se recuperar por um tempo mas ficar doente novamente. Se ocorrer a segunda fase ela é mais severa e a pessoa pode ter meningite ou falha nos rins ou fígado. Essa fase também é chamada de doença de Weil. A leptospirose dura entre alguns dias a 3 semanas ou mais. Sem tratamento apropriado, a recuperação pode levar vários meses.
Tratamento para leptospirose
A leptospirose é tratada com antibióticos, os quais não devem ser administrados no começo da doença. Antibióticos intravenosos podem ser necessários para pacientes com sintomas mais graves. Pessoas com sintomas que sugerem leptospirose devem procurar um médico.
Onde a leptospirose é encontrada
A leptospirose ocorre no mundo todo, porém é mais comum em climas tropicais ou temperados. Ela é uma problema ocupacional para pessoas que trabalham ao ar livre com animais, por exemplo, fazendeiros, veterinários, pescadores, trabalhadores rurais e militares. A leptospirose também pode ser um problema para pessoas que acampam ou participam de esportes ao ar livre em áreas, rios e lagos contaminados. A incidência da leptospirose também está aumentando em crianças que vivem em cidades.
Prevenção da leptospirose
O risco de adquirir leptospirose pode ser reduzido ao não nadar em águas que podem estar contaminadas com urina animal. Roupas e calçados que ofereçam boa proteção devem ser usados por aqueles expostos, em virtude do seu trabalho ou atividades, a água ou solo contaminado.
Luciane Rosa de Oliveira Dias
interesante
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